O dia das crianças sem brinquedo
Em meio a casas construídas até a laje e ruas cinzentas do bairro José Cortez, crianças se divertem com muito pouco. Não por opção e sim devido as mazelas causadas pela desigualdade social que, a exemplo do País, existe em Limeira.
Para crianças como Alexandre Mendonça, de 12 anos, tecnologia é uma palavra estranha. Laptops, pen drives e mp3 players não fazem parte de sua ambição. No Dia das Crianças que se aproxima o pequeno Alexandre se limita dizer que pediu para mãe apenas uma bola capotão. Na verdade seu sonho de consumo é uma bicicleta. "Eu tenho apenas uma bola mucha que achei no lixão. Pedi uma nova para minha mãe, mas ela disse que não tem dinheiro para comprar, mas meu sonho mesmo é uma bike", diz.
Jonatam Henrique, 14, brincava junto com Alexandre de dama em um tabuleiro velho na calçada em frente de onde moram. No entanto, ao invés de peças de plásticos usavam pedras e cascas de laranja. Jonatam, assim como Alexandre, diz que não tem nenhum brinquedo em casa e que a única diversão é o futebol com os amigos. "O problema é que não tenho uma bola e só podemos jogar no final de semana", diz o garoto.
Tímido e com os pés sujos pela terra trazida à rua devido lotes vazios que existem no bairro, o garoto diz que o Dia das Crianças, este ano, deverá passar em branco. Ele conta que o dinheiro em casa é usado para pagar contas e comprar alimentos. Já brinquedos são dados somentes em datas como o Natal e eventualmente aniversário. "Eu queria muito uma bola de capotão mas pedi para minha mãe e ela já falou que não sobrou dinheiro este mês", lamenta.
Jonatam e Alexandre, além de morarem próximos, tem em comum um sonho: eles querem ser jogadores de futebol. Talvez pela fama e dinheiro, mas a dupla garantem que é pela vontade de correr o mundo nos grandes estádios e fazer do que é um brincadeira hoje uma profissão. O único problema é que eles ainda não têm uma bola.
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