O dia em que Limeira foi invadida
Era junho o mês mais frio do ano. A Praça Toledo Barros estava vazia. No centro alguns indigentes deitados em bancos e crianças coreanas se distraiam em brinquedos ao lado do coreto. Apesar de segunda-feira e o relógio digital da praça marcar 10h todas as lojas estavam fechadas. Não havia carros nas ruas muito menos policiais e ambulantes.
Sentei em um banco de madeira próximo do banheiro masculino e fiquei observando as crianças brincarem. Não demorou muito é notei algumas pessoas correndo e gritando na Rua Dr. Trajano próximo do Bradesco. Levantei-me para observar melhor o que acontecia. Ouvi um barulho semelhando de um trator. No instante seguinte um enorme tanque de guerra apontou na esquina e junto com ele dezenas de soldados. O tanque subiu sobre os canteiros da praça. Um parquimetro foi derrubado e soldados avançam rendendo todos que estavam no centro. Os homens de verde oliva carregavam mochila de campanha, fuzis M-5 com baioneta e uma bandeira americana estampada no ombro esquerdo. As pessoas que ofereciam alguma resistência era m sumariamente mortas. No parque, um pai quis levar os filhos para casa e foi atingindo com uma forte coronhada na cabeça. As crianças choravam. O oficial deu instruções para que os soldados levassem as três crianças e o pai para dentro da gruta. Alguns segundos depois uma seqüência de disparos e o choro cessou.
Um estrondo ensurdecedor veio do céu. Olhei para cima e e no alto uma esquadrilha com oito caças F-22 rasgavam o céu de Limeira.
Sentei em um banco de madeira próximo do banheiro masculino e fiquei observando as crianças brincarem. Não demorou muito é notei algumas pessoas correndo e gritando na Rua Dr. Trajano próximo do Bradesco. Levantei-me para observar melhor o que acontecia. Ouvi um barulho semelhando de um trator. No instante seguinte um enorme tanque de guerra apontou na esquina e junto com ele dezenas de soldados. O tanque subiu sobre os canteiros da praça. Um parquimetro foi derrubado e soldados avançam rendendo todos que estavam no centro. Os homens de verde oliva carregavam mochila de campanha, fuzis M-5 com baioneta e uma bandeira americana estampada no ombro esquerdo. As pessoas que ofereciam alguma resistência era m sumariamente mortas. No parque, um pai quis levar os filhos para casa e foi atingindo com uma forte coronhada na cabeça. As crianças choravam. O oficial deu instruções para que os soldados levassem as três crianças e o pai para dentro da gruta. Alguns segundos depois uma seqüência de disparos e o choro cessou.
Um estrondo ensurdecedor veio do céu. Olhei para cima e e no alto uma esquadrilha com oito caças F-22 rasgavam o céu de Limeira.
Como ainda não tinha sido visto desci correndo para o banheiro e fiquei observando a movimentação por um pequeno vitrô. Mais tanques chegavam ao centro. Eu contei uns cinco pelo menos. Encontrei um rádio FM da marca motorola que estava sobre um armário e sintonizei para entender o que estava ocorrendo. As poucas estações que ainda funcionavam anunciavam que os EUA levaram ao pé da letra o sonho de Ernesto Guevara de La Sierna de se fazer um único continente. No entanto, se esqueceram de levar em conta que o sonho do guerrilheiro -que foi morto pelo governo americano-, era de fato que houvesse uma união mas que os países continuassem independentes e houvesse acima de tudo paz.
Voltei novamente a espiar pela janela. Um dos canhões apontou em minha direção. O canhoneiro regulou o disparador, ouvi o tiro e fechei os olhos. Senti a parede tremer. O cheiro de pólvora ardia às narinas. Minha boca estava amarga pelo gosto de terra, mas estava vivo e o banheiro onde me escondia parcialmente destruído. No entanto quando desloquei para fora dos escombros percebi que o alvo era a gruta que veio a se transformar num amontoado de pedras e sobre ela cinco soldados erguiam um mastro onde no alto tremulava a bandeira americana.
Do lado aposto cinco soldados corriam em minha direção gritando palavras de ordem e apontam seus fuzis em minha direção. Sobre os escombros da gruta havia crianças, homens e mulheres mortos vítima do unilateralismo americano.
Voltei novamente a espiar pela janela. Um dos canhões apontou em minha direção. O canhoneiro regulou o disparador, ouvi o tiro e fechei os olhos. Senti a parede tremer. O cheiro de pólvora ardia às narinas. Minha boca estava amarga pelo gosto de terra, mas estava vivo e o banheiro onde me escondia parcialmente destruído. No entanto quando desloquei para fora dos escombros percebi que o alvo era a gruta que veio a se transformar num amontoado de pedras e sobre ela cinco soldados erguiam um mastro onde no alto tremulava a bandeira americana.
Do lado aposto cinco soldados corriam em minha direção gritando palavras de ordem e apontam seus fuzis em minha direção. Sobre os escombros da gruta havia crianças, homens e mulheres mortos vítima do unilateralismo americano.
Naquele momento pensei em pegar uma bandeira branca e parar em frente aos canhões, gritar por justiça, exigir meu direito de ir e vir, mas me calei. Um silêncio de protesto. O que eu queria mesmo era ser naquele momento um homem bomba, porém, não tinha explosivos nem mesmo forças para correr. Deixei então que os soldados me levassem e junto comigo se foi a idéia que tinha de arrumar um emprego naquela segunda-feira fatídica.
5 Comments:
Pô, e você ainda diz que bebeu um "pouquinho" antes de escrever isto??? Você bebeu foi muito!!! E que história é essa de "um silêncio de protesto"??? Foi um silêncio de medo mesmo, admite!!! Hahahaha
4/7/08 23:08
Um conto com facetas instigantes do início ao fim. Muito legal, Henry! Vale a pena continuar exercitando a imaginação. No final, ela é a verdade que protege a mente da loucura de uma sociedade de simulacros.
5/7/08 17:21
Me fala uma coisa? o Que Guevara tem a ver com Limeira? O mapa dos seus soldados estava um pouco ruim hien... huahuahauhua
Adorei! Podia ter colocado um político no meio da história. Um gatinho em frente aos canhões clamando pela justiça que vc queria e explodido por um único tiro, mostrando que política que nada!
hauhauahau
13/7/08 21:27
Gostei da idéia do gatinho. Poderíamos ainda incluir uma sacolinha mágica de onde ele tiraria respostas para tudo.
14/7/08 13:20
Bebi só um pouquinho sim, só que na verdade o pouco pra mim é muito e dá nisso aí, hehehe
17/7/08 23:08
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