Pontas de história
Eu imaginava que não era possível voltar no tempo, mas essa semana, pelo menos por um breve período fiz uma viajem de 10 mil anos.
Neste último domingo estive com o professor de arqueologia da USP Astolfo Gomes de Mello Araujo, a arqueóloga Mercedez Okomura com o fotógrafo Dinan Rogério, onde percorremos por quase três horas a zona rural de Iracemápolis em busca de sítios arqueológicos. O resultado foi que a prospeção – nome dado a busca por indícios de artefatos arqueológicos – foi positiva. Foram demarcados pelo menos cinco pontos onde foram encontrados lascas e duas pontas de flechas indígenas que devem ter aproximadamente idade entre 4 a 10 mil anos. Além disso, um pequeno pedaço de um artefato de barro queimado também foi colhido, o que segundo os arqueólogos pode ser cerâmica itararé que tem uma faixa cronológica de aproximadamente 1.000 anos.
Os pontos onde foram encontradas as pontas de flechas serão mantidos sobre sigilo para evitar movimento nos locais. Os arqueólogos afirmaram que ainda é muito cedo para afirmar se haverá escavações, mas os objetos serão analisado e uma sondagem pode ser feita no local para avaliar a probabilidade de se encontrar mais artefatos.
O trabalho desenvolvido pela dupla de arqueólogos tem como base Rio Claro mais precisamente no sítio Alice Boer. O projeto que tem duração de dois anos é financiado pela Fapesp. A pesquisa é intitulada de “A Ocupação Paleoíndia no Estado de São Paulo: Uma Abordagem Geoarqueológica”. A pesquisa não envolve desapropriações nem tombamento.
Os arqueólogos devem voltar a Iracemápolis dentro de uma semana. Um dos objetivos seria articular uma palestra sobre o tema para moradores da cidade.
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