Belinha Ometto: bairro surgiu na escuridão

O verde no Morro Azul contrasta com o cinza opaco das ruas vazias do bairro Belinha Ometto. O bairro fica em um das extremidades de Limeira e faz divisa com o canavial.
No Belinha Ometto as vias são poucos movimentadas. Durante o dia é comum ver mãe jovens carregando filhos pelas ruas empoeiradas. A avenida que conduz até o final do bairro tem um canteiro decorado com entulho e materiais de construção amontoados. O alento para muito moradores é trazido pela fé. Igrejas envangélicas são construídas dentro das próprias casas e faixas de plásticos oferecem cura e salvação para os fiéis.
Os primeiros moradores tiverem muitas dificuldades. O motivo foi que o loteamento foi entregue mesmo sem haver infraestrutura como água e luz. "Quando mudei para cada (no Belinha Ometto) lembro que não tinha água e luz. Minha mãe buscava água com balde na pedreira e minha casa era iluminada com lamparina", cita a dona-de-casa Natália Fernanda de Paiva, de 21 anos.
Ele afirma também, que no início muitas casas foram construídas de madeira, devido a condições financeiras e muitas delas existem até hoje. "Muita gente diz que é um bairro perigoso. Eu não acho. É um lugar tranquilo para morar", avalia.
Membro da Associação de Moradores do Bairro, Marli Aparecida da Silva, 39 anos, cita que no bairro há cerca de 1,5 mil casas e aproximadamente cinco mil moradores. "O bairro cresceu muito e junto com o crescimento veio problemas que ainda não foram resolvidos", afirma.
Marli diz que hoje no bairro uma as principais reivindicações é a inclusão de mais linhas de ônibus já que apenas uma (104) passa pelo local. "É um bairro muito asfastado do Centro e isso é mais que um motivo para que mais linhas sem implantadas", cobra.