O infinito de pé é um brinde numa taça / Dois buracos na cueca devorados pela traça /Os pneus da bicicleta subindo a ladeira / São os seios da Brigite pra fora da banheira (Andre Abujamra)

16 de março de 2010

Mercado das válvulas de TV


Estive no bairro do Bixiga em São Paulo este final de semana, onde encontrei algo que nunca imaginaria ver novamente: as boas e velhas válvulas de TV.

Quase comprei uma se não fosse pela picaretagem do vendedor. Na primeira vez que perguntei o preço era R$ 10 na volta, quando estava já indo para casa, o valor estava na casa dos R$ 50.
Questionei se havia algum tipo cotação dessas válvulas TV para o preço oscilar tanto. O vendedor respondeu que dependia de quantia que ele tinha em estoque e que isso vendia muito. Repliquei: pela utilidade deve vender mesmo.

Resultado: não teve negócio. E, acredito que tenham sido até bom, mesmo porque, até agora não entendi o porquê de eu ter encanado com esse treco.

9 de março de 2010

Confissão


Um dia um amigo perguntou-me se eu guardava muita porcaria em casa. Disse que não. Eu menti. E, como forma de reparo faço aqui uma breve confissão pública.


No meu escritório tenho uma edição histórica de um jornal de 1977 ao lado de um boneco de 20 cm do Spectreman. Junto dele travam uma batalha Lucky Skywalker e Darth Vader que disputam um espaço apertado com o Rói Corroí de braços levantados pronto para atacar uma nave x-wing – da série Guerra nas Estrelas- pousada sobre meu PC.


Eric Cartman de South Park monta guarda ao lado do Saturn V. O foguete é amparado por uma velha bola de futebol Americano observada de longe pelo Cerebro solitário separado de seu amigo Pink. Um Gimili de chumbo – do Senhor dos Anéis- aponta seu machado contra um specktro, porém, a luta acredito eu deve ser contra poeira.


Um toureiro de resina que ganhei de um amigo da Espanha observa calado o encontro de gerações na companhia de um rabugento boneco T-2000 do Exterminador do Futuro. Ao fundo, sisudo e com um olhar enigmático Che se mantém estático em um quadro sombreado por uma das mangueiras de um velho narguilé .


Nos armários: coleções de moedas velhas, fichas de poker e inúmeros gibis além de CDS – eles ainda existem, pelo menos em casa.


Ao fundo de tudo isso há uma prateleira com dezenas de livros que vão desde Henry David Thoreau até Charles Bukowski.


A essa altura a grande questão é : o que faço com tudo isso ?


Bom, nos finais de semana chuvosos escolho um CD - os antigos do U2 como Achtung Baby são muito bons-, pego um velho gibi – Sandman ou alguma boa história da Marvel–, sento em uma confortável poltrona e ao som da chuva passo meus domingos cinzentos acompanhado de velhas histórias, boas lembranças e a sensação de que o tempo parou pelo menos por um dia.



Ps. Pois é ! Retornei a escrever após a insistência de um grande amigo metido a cronista esportivo e analista político.

 
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