O infinito de pé é um brinde numa taça / Dois buracos na cueca devorados pela traça /Os pneus da bicicleta subindo a ladeira / São os seios da Brigite pra fora da banheira (Andre Abujamra)

19 de abril de 2008

Humor limpo e inteligente


O programa Custe o que Custar (CQC) que estreiou mês passado na Rede Bandeirantes é curiosamente um novo e ao mesmo tempo velho modelo de se fazer humor. Eu explico. Velho, por que Marcelo Taz, que comanda o CQC, interpretava o repórter Ernesto Varella há 20 anos. Na época a idéia era fazer perguntas irreverentes e colocar contra a parede personagens políticos e atores da TV Brasileira. Uma das pérolas foi a de Tas, perguntar ao político Paulo Maluf durante uma de suas muitas derrotas, se beleza física de Maluf prejudicava as campanhas. Maluf. O político pensou durante uns dez segundos e respondeu um ríspido não. Obviamente que não convenceu ninguém. Voltando para o presente, o CQC é um versão moderna do que Tas fazia no passado. O programa hoje mistura humor, política e serviços. Uma nova plástica que ainda não havia sido testada na TV brasileira. Um dos marcos do programa tem sido as reportagens de cobranças por serviços públicos e as entrevistas atraplahadas do repórter despreparado.No bojo do programa além de Tas estão outro seis rapazes sempre vestidos de pretos com seus inseparaveis óculos escuros.A principal proposta do programa é a irreverência. Matérias curtas e boas sacadas nas entrevistas tem alavancado a audiência do programa que já chegou a ocupar o terceiro lugar na audiência.Para quem quiser conhecer, o CQC vai ao ar às 22h todas as segundas-feiras na Band. Na TV aberta é uma das poucas e boas opções no horário.

1 de abril de 2008

Catecismo na madrugada



Durante a madrugada, o catecismo toma conta dos canais de televisão. As pessoas que têm TV aberta - que são a maioria - contam com um leque variado de ofertas de cura, libertação, um novo amor e, claro, dinheiro fácil. A venda de canais e horários para igrejas tem sido um negócio da China no Brasil. Para as emissoras e igrejas. Um negócio que vem dando resultado. A Rede Record, por exemplo, ligada à Igreja Universal do Reino de Deus, já anda beliscando a Rede Globo e já deixou para trás várias vezes o SBT - considerada a segunda maior emissora de TV do Brasil.A Igreja Católica não fica de fora. A TV Canção Nova mantém uma programação 24 horas e está investindo na expansão do canal. Há cerca de um ano, Iracemápolis recebeu uma antena exclusiva. Até mesmo as pequenas igrejas estão ocupando os canais de TV. Em Limeira, já há transmissões de cultos e editoriais de pastores de igrejas evangélicas e padres que chegam a ocupar quase uma hora da programação.Lucro de um lado, prejuízo de outro. Se as igrejas e emissoras conseguem faturar com essa demanda de programas, aos telespectadores restam poucas opções.Ironia à parte, a solução para a invasão televisiva das igrejas durante a madrugada também virá do céu. Neste caso, a salvação será a vinda da TV digital, que deve democratizar os meios de comunicação. Nada contra as igrejas e tão pouco com o que cada uma delas prega. Entendo, porém, que os telespectadores têm direito à opção e não à imposição ou venda de uma religião como se fosse um produto.

 
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